NOSSA POLITÍCA

26 de set. de 2012

O casamento civil gay entre duas jovens Ediana Calixto e Kamila Roccon será realizada hoje em colatina

“Estamos felizes. As coisas andam apertadas para gente. Não vai dar para fazer festa. O importante é vamos casar e ficar juntas”, disse Ediana. 
                                                                                                               Atualizado em 26/09/2012

 As duas jovens Ediana e Kamila se casam hoje em colatina
A primeira união homoafetiva do Espírito Santo autorizada pela Justiça será realizada nesta quarta-feira, As 17h no Cartório de Registro Civil, centro de Colatina, informa o tabelião Orlando Morandi Júnior.
O casamento civil entre a educadora Ediana Calixto, 23 anos e estudante de pedagogia Kamila Roccon, 20 anos foi liberado pelo juiz da Vara de Família d
e Colatina Salomão Akhnaton Zoroastro Spencer Elesbon.
O cartório será decorado com flores para a celebração do matrimônio entre as duas jovens que são de Baixo Guandu, mas se mudaram para Colatina assim que decidiram casar há cerca de quatro meses.
“Creio que a posição da Justiça colatinense é um tijolo a menos no muro da intolerância”, disse o tabelião Orlando Morando Júnior que abriu o processo de habilitação do casamento gay acionando o judiciário.
Ontem, o dia foi intenso na movimentação dos preparativos para a cerimônia com direito a ida ao salão de beleza e escolha das roupas. Ediana diz que se casará com um vestido bege e Kamila de branco similar ao de noiva. A lua de mel já está programada depois que ganharam uma cortesia para uma noite de luxo em um motel da cidade.
“Estamos felizes. As coisas andam apertadas para gente. Não vai dar para fazer festa. O importante é vamos casar e ficar juntas”, disse Ediana.
Também não cogitam adotar nenhuma criança depois de casadas, apenas continuar tratando da pequena cadela Kemili de seis meses. Elas moram juntas há quase um ano e iam se casar no último dia 16 de agosto. “Seria a data de aniversário de um ano do namoro. O casamento tinha sido liberado, e logo barrado pelo Ministério Público. Chorei muito. Não foi fácil. Parece que agora tudo vai dar certo”, destacou Ediana.
Kamila que chegou a trabalhar em um frigorífico da cidade foi demitida na última sexta-feira e agora as duas fazem planos de se casar, arrumar emprego novo e sonhar com a casa própria. As duas moram numa quitinete alugada na região universitária do Bairro Honório Fraga. Depois do casamento cogitam passar uns dias na casa da avó de Ediana em Baixo Guandu. “O dinheiro só dá para mais um mês”, confessou Kamila.
Segundos elas, os convidados ficarão restritos aos dois padrinhos, um casal de amigos de Baixo Guandu. Os pais de Kamila não concordam que elas se casarem e já sofreram preconceitos não só da família, mas também no ambiente de trabalho. «A cobrança era muita. Meu pais pararam de me ligar quando souberam que o casamento tinha sido autorizado. No trabalho um grupo de mulheres me esperava chegar para a me mostrar a Biblia”, disse Kamila.



Informações: Nilo Tardin

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