Manifestantes fazem ato contra agressão de gays em SP
Evento está previsto para a noite deste sábado no local do espancamento.
Segundo organizadora, sensação é de impunidade e vulnerabilidade.
Manifestantes irão lembrar agressão a gays (primeira e última fotos); agressor foi identificado com ajuda de imagens (Foto: Reprodução/ TV Globo) |
O protesto está previsto para ocorrer às 23h30. Os organizadores convocam os participantes a levar uma vela e a permanecer por meia hora na esquina das ruas Fernando de Albuquerque e Bela Cintra, onde o analista fiscal Marcos Paulo Villa, de 32 anos, e o namorado dele, um coordenador financeiro de 30 anos que preferiu não se identificar, foram espancados. O coordenador financeiro teve a perna quebrada e está internado com traumatismo craniano.
“Sábado que vem à noite, a partir das 23h30, na mesma hora, na mesma esquina, com uma vela. Sem bagunça, sem loucura, sem fervo. Ficar meia hora e ir embora. As pessoas têm que saber que a gente não acha isso normal (...) Apenas um ato de silêncio”, diz o texto da página do evento no Facebook.
Segundo a designer Cristina Naumovs, uma das organizadoras do ato, a manifestação ocorre pela sensação de impunidade e vulnerabilidade a que não só os gays estão expostos na região da Avenida Paulista. “Você pode ser agredido, ter um traumatismo craniano e ninguém faz nada. Essa é a sensação. Você pode levar uma surra no meio da rua e ninguém faz nada, ninguém vai chamar a polícia”, afirma.
Cristina, que é frequentadora de bares, restaurantes e casas noturnas da região onde ocorreu o ataque, se diz assustada com os recentes casos de agressão a homossexuais. Ela afirma não pertencer a nenhum movimento de defesa dos homossexuais.
“A sensação é que as agressões estão cada vez mais perto da gente. Não vou deixar de andar na rua com qualquer namorada minha, não vou me acuar. Quem faz isso [agressões a homossexuais] quer que nós gays nos coloquemos nos nossos ‘devidos lugares’. Só que a gente resolveu ter vida. Não é normal o que está acontecendo.”, afirma.
Na página do evento “Todo mundo gay no Facebook”, os participantes são convidados também a trocar a foto de seus perfis, colocando a foto de alguma celebridade gay.
Nesta sexta (7), a Polícia Civil identificou os dois homens suspeitos de agredir o casal gay na Rua Fernando de Albuquerque. Eles foram localizados a partir dos nomes da lista de clientes que estavam no Sonique Bar. Em sua defesa, um dos suspeitos confirmou ter brigado com os homossexuais, mas negou que o confronto tenha sido motivado por homofobia.
O jovem, que não teve seu nome divulgado e aparenta ter mais de 20 anos de idade, não quis falar com a reportagem do G1 ao deixar a delegacia. Ele estava acompanhado de seu pai e de um advogado e agora irá responder ao crime em liberdade. A polícia também não deverá pedir a prisão do outro suspeito, que poderá se apresentar na próxima semana para dar sua versão do que teria ocorrido.
Fonte:G1
0 comentários:
Postar um comentário