NOSSA POLITÍCA

11 de abr. de 2011

Foto mostra atirador com barba um mês antes de ataques






Polícia vai investigar a rede de contatos do assassino na internet.

Do G1, com informações do Jornal Nacional

wellington barba (Foto: Reprodução/TV Globo)
Wellington usava barba comprida cerca de um mês
antes do ataque (Foto: Reprodução/TV Globo)
A polícia vai investigar a rede de contatos na internet do homem que assassinou 12 crianças na semana passada, dentro de uma escola em Realengo. Em manuscritos revelados pelo Fantástico, no domingo (10), Wellington demonstrava fixação em atentados terroristas.
Esta era a fisionomia do autor do massacre de realengo até o mês passado: barba comprida e olhar fixo para a câmera. A foto faz parte do perfil de Wellington Menezes de Oliveira no programa de mensagens instantâneas MSN.
O assassino se apresentava como "Wellington Treze". Ele mantinha contato com pelo menos seis pessoas.
A Justiça já concedeu a quebra do sigilo eletrônico de Wellington junto à empresa Microsoft, responsável pelo programa MSN.
Pelas evidências que recolheu até agora, a polícia acredita que Wellington tenha agido sozinho no planejamento e na execução do massacre. As conversas do assassino na internet são a peça que falta para descartar completamente a participação de outras pessoas no crime.
“O momento agora é de verificar se ele estava sozinho e, por isso, a investigação será encerrada no âmbito da Policia Civil, ou se ele agia em coautoria ou participação de alguém e se existia alguma participação criminosa”, afirmou a delegada Helen Sardenberg, da Delegacia de Combate aos Crimes de Informática.
Durante a coleta de provas, a polícia encontrou material que pode levar a uma investigação diferente da que apura o ataque de Realengo. Em manuscritos deixados na casa do assassino - divulgados pelo Fantástico - há várias referências a um suposto grupo. São papéis antigos, provavelmente anteriores à morte da mãe de Wellington, há dois anos, que relatam uma rotina de orações e reflexão sobre o terrorismo.
"Estou fora do grupo, mas faço todos os dias a minha oração do meio-dia que é a do reconhecimento a Deus e as outras cinco que são da dedicação a Deus e umas quatro horas do dia passo lendo o Alcorão. Não o livro, porque ficou com o grupo, mas partes que eu copiei para mim. E o resto do tempo eu fico meditando no lido e algumas vezes meditando no 11 de Setembro"
Ele cita dois nomes de homens com os quais supostamente manteria contato: Abdul e Phillip. Não é possível dizer se estas pessoas existem ou se são fruto da imaginação de Wellington.
"Tenho certeza que foi o meu pai quem os mandou aqui no Brasil. Ele reconheceu o Abdul e mandou que ele "viec" com os outros precisamente ao Rio..."
"Tive uma briga com o Abdul e descobri que o Phillip usava meu PC para ver pornografia. Com respeito ao Phillip, eu já esperava isso (...) mas do Abdul eu não esperava isso... Nos dávamos bem e ele sempre foi flexível nas nossas conversas e dessa vez ele foi muito rígido."
Os manuscritos também trazem referências à formação religiosa de Wellington entre as Testemunhas de Jeová, cuja igreja ele dizia continuar frequentando. Além da carta, a polícia também encontrou anotações que reforçam a obsessão de Wellington por atentados terroristas.
"torres gêmeas"; "retornar fotos e dados sobre tais condições climáticas na malásia no mês de setembro"; "torres altas"; "procurar aviões da malásia"; "voos"; "aeroportos".
Em entrevista à repórter Sonia Bridi por telefone, um sobrinho de Wellington mencionou também que o tio teria uma espécie de orientador espiritual.
“Os e-mails que ele me mandava eram muito grandes, né? Muitas vezes, eu não lia tudo, mas eu lembro de alguns que ele falava que tinha um cara..”
O sobrinho disse também que encaminhou os e-mails para a delegada Helen Sardenberg, que está analisando o computador encontrado na casa do assassino.
“Eu disponibilizei para ela justamente para ela estar vendo quem era esse cara que dava conselhos a ele”, disse.
Na casa do assassino também foi encontrada uma carta redigida pouco antes do massacre, em que Wellington relata episódios de agressão sofridos na adolescência. Ele usa esses acontecimentos para tentar justificar o crime.
Líderes das Testemunhas de Jeová e da religião islâmica no Rio de Janeiro declararam que Wellington não era membro de suas religiões e expressaram solidariedade às famílias das vítimas.
G1
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