A trabalhadora rural Severina Maria da Silva, de 44 anos, que confessou ter mandado matar o pai - que a violentava desde os nove anos de idade e com quem teve 12 filhos -, foi absolvida por unanimidade pelo júri popular na tarde desta quinta-feira.
O crime aconteceu em novembro de 2005, quando Severina descobriu que o pai, Severino Pedro de Andrade, pretendia violentar uma das filhas do casal, então com oito anos. Ela disse ao júri que não suportaria ver a filha passar pelo mesmo drama que ela viveu.
Por R$ 800, ela contratou dois homens que mataram Severino a facadas e estão presos aguardando julgamento. Severina chegou a ser presa, mas passou a aguardar o julgamento em liberdade, sustentando os cinco filhos sobreviventes com o trabalho de lavradora.
O crime aconteceu em Vila Rafael, em Caruaru, a 130 quilômetros de Recife. Temendo parcialidade do júri popular, a Justiça transferiu o julgamento para a capital pernambucana.
Diante do juiz, Severina contou episódios de terror. Disse que, no mesmo dia em que estuprou-a pela primeira vez, o pai voltou a violentá-la, agora com a ajuda da mãe.
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